MEU MODO AUTISTA

Data 22/03/2013 03:56:03 | Tópico: Contos -> Humor

Sou um cara bastante desligado. Quando estou concentrado em alguma coisa então... É como se o mundo em volta sumisse. No trabalho os colegas falam que ativo um modo autista, como se eu tivesse um botão pra isto. Hoje eu controlo mais, mas antes quebrar minha concentração me tirava do sério, a vontade era xingar. Muitas vezes as pessoas vinham falar comigo e eu respondia coisas que nem lembrava depois. Pra ter uma ideia, numa dessas, um colega me pediu a chave de uma sala que fica comigo; entreguei meu relógio pra ele, que costumo tirar do pulso, e continuei trabalhando. Ele começou rir do meu lado, demorei pra perceber a besteira. Geralmente, meu patrão quando precisa de alguma coisa me chama pra ir tomar café com ele, pois sabe que, às vezes, só me tirando dali vai ter realmente minha atenção.
Para o que eu faço, isso é muito bom, por isso não fui mandado embora, trabalho com programação, no desenvolvimento de softwares na área de proteção de sistemas elétricos. Se a coisa ficasse só no trabalho estaria excelente, o problema é que já fiz várias asneiras por conta disso, desde coisas mais simples, como colocar a meia em apenas um dos pés e só perceber depois de calçar os sapatos, até furar o sinal vermelho no semáforo sem perceber. Por sorte quando fiz isso não aconteceu nada, não estava vindo ninguém, alias só dei conta do descuido porque minha esposa estava comigo. O duro foi aguentar o sermão, deve ter durado uns vinte minutos.
Com relação a isso vou contar o que fiz de mais engraçado:
Era período de provas na faculdade, morava sozinho e costumava estudar de madrugada, fazia uma garrafa de café pra ficar acordado. A matéria eu lembro bem: Eletromagnetismo. Professor: Caixeta (É o tipo de lembrança puta velha, só lembra os maiores ferros. Neste caso, sem nenhuma saudade)
As horas foram passando, já um tanto vidrado com tanto café e de cabeça na matéria fui ao banheiro. Comecei a urinar e de repente percebi o bobagem, cortei duma vez, mas já tinha emporcalhado tudo, não acreditava no que eu tinha feito: ao invés de urinar na privada, urinei no cesto de lixo.



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