. Bipolar. Ciclador rápido. Altos e baixos itinerários na montanha russa de neurotransmissores. Dopamina. Dopa a mina e o mano. Dopa o briguela insano e sai da montanha. A montanha de lítio, a litemia sanguínea, o veneno anti-montanha em doses de desespero. De tempo em tempo a montanha russa arruína o chão. Vai além dos sete palmos para o poço p'rofundo. Enquanto desço, as raízes das árvores vão fechando um túnel sem luz, sem fim. Quando tudo mais é breu eu ouço um pingo de esperança líquida. As primeiras gotas bebo por estar sedento e só. Cada gota brilha em prisma uma luz possível. Um gatilho p'ra subir. Um gatilho p'ra sumir. Espero o lamaçal formar o lôdo sob meus pés plantados em meu hipotálamo. Sobe a água como enchente, pelos meus calcanhares de aquiles, pelas panturrilhas, braguilha, ventre. O plexo cardíaco já todo encharcado, irrigando a seiva de esperar. O pescoço. Antes da morte afogada o corpo começa a boiar. As raízes opulentas vão se abrindo para o corpo, pus, estuporar. A subida é plácida, a descida é plena. O difícil é ficar. Até breve breu sem fim! Até que continue a pingar.
.
|