FUNERAL DO HOMEM DO SÉCULO XXI

Data 01/04/2013 13:40:33 | Tópico: Poemas -> Tristeza



Febre contínua
Que lancina e avassala,

A violência marca
A ferro, a fogo,
Sáfaras e mágoas

A fúlgida retina das almas.

Por um tempo fugaz --- ao ouvir
Quando o sol bater na janela
Do seu quarto, da Legião Urbana ---
Recobrei a confiança na magmática
E magnânima estrela-mor da esperança.

No entanto --- ao terminar
A execução de canção tão altruísta ---
Recebo um banho de água fria,
Dado pela realidade-hipotermia:


Vagas de homicídio sádico, propina,
Egoísmo, perfídia e injustiça
Asfixiam a respiração dos dias. Auschwitz da Poesia!

Sentindo que a impotência
Está na iminência de me dar
Xeque-mate na partida da vida,

Rendo-me á opera do silêncio
Sem mais delongas, iras
Ou borbulho de elegias.

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA


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