
A CRIATURA
Data 16/12/2007 18:07:29 | Tópico: Sonetos
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Podeis pensar, abusivamente, que vos falto à palavra, Quando em meus devaneios ao Homem dou assunção, Não há pessoa, neste mundo, que não seja escrava, Voluntariosa e compulsiva, forjando aqui sua condição.
Direis, que é próprio do homem, qual vicio que lavra, Ir no arrepio da vida, na transe diária, basta servidão, Que rouba às pessoas seu discernimento, e crava Suas garras infames, na carne inerme, caída no chão.
Todo o Homem é egoísta – vinde, pois, declarai-vos –, Que não há nada que faça, se não for seu beneficio; E assim, arrogantes andamos, sem quaisquer laivos.
Criaturas perdidas, num deserto sem fim, verdadeiras Se tornariam, se não fizessem mau uso, do resquício, Que, pouco a pouco, gesto a gesto, as dizem inteiras.
Jorge Humberto 10/12/07
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