Sonetos : 

A CRIATURA

 




Podeis pensar, abusivamente, que vos falto à palavra,
Quando em meus devaneios ao Homem dou assunção,
Não há pessoa, neste mundo, que não seja escrava,
Voluntariosa e compulsiva, forjando aqui sua condição.

Direis, que é próprio do homem, qual vicio que lavra,
Ir no arrepio da vida, na transe diária, basta servidão,
Que rouba às pessoas seu discernimento, e crava
Suas garras infames, na carne inerme, caída no chão.

Todo o Homem é egoísta – vinde, pois, declarai-vos –,
Que não há nada que faça, se não for seu beneficio;
E assim, arrogantes andamos, sem quaisquer laivos.

Criaturas perdidas, num deserto sem fim, verdadeiras
Se tornariam, se não fizessem mau uso, do resquício,
Que, pouco a pouco, gesto a gesto, as dizem inteiras.


Jorge Humberto
10/12/07








 
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