Punhal

Data 18/12/2007 02:51:24 | Tópico: Sonetos



Punhal-palavra vem cortando o espaço,
Voa das grades que te esconde o dono,
Perfura o peito em agudo aço,
Esvai a vítima qual cruel cambono!

Olha de onde brotou o desespero,
Desculpa a loucura que fez tais cortes,
Sabes da inutilidade do apero,
Desconfianças de todas as sortes.

Ah, vida inteira com os olhos baços!
Agoniza a derradeira esperança,
Suspira e desata os últimos laços.

Ai, dor que sangra nos cruéis abraços!
Cambaleia e roda em fúnebre dança,
Com o amor mentira que guiou teus passos.


(Franca, de agora em diante).


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=24932