Sonetos : 

Punhal

 


Punhal-palavra vem cortando o espaço,
Voa das grades que te esconde o dono,
Perfura o peito em agudo aço,
Esvai a vítima qual cruel cambono!

Olha de onde brotou o desespero,
Desculpa a loucura que fez tais cortes,
Sabes da inutilidade do apero,
Desconfianças de todas as sortes.

Ah, vida inteira com os olhos baços!
Agoniza a derradeira esperança,
Suspira e desata os últimos laços.

Ai, dor que sangra nos cruéis abraços!
Cambaleia e roda em fúnebre dança,
Com o amor mentira que guiou teus passos.


(Franca, de agora em diante).

 
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Paula Baggio
 
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Enviado por Tópico
ângelaLugo
Publicado: 18/12/2007 02:59  Atualizado: 18/12/2007 02:59
Colaborador
Usuário desde: 04/09/2006
Localidade: São Paulo - Brasil
Mensagens: 14852
 Re: Punhal p/ Paula Baggio
Querida poetisa

Muitas vezes a palavra é mais
afiada e cortante que o punhal
cravado no peito....
Amei seu soneto...Parabéns

Beijinho no coração


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 18/12/2007 10:21  Atualizado: 18/12/2007 10:21
 Re: Punhal
SEU POEMA CONTÉM UMA REALIDADE QUE É DIFICIL DE ELIMINAR NA NOSSA SOCIAEDADE, DISSE UM BOA VERDADE QUANDO O PUNHAL DA FALA MATA E DE QUE MANEIRA.

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