regressa-me o esvoaçar do cheiro das tílias
Data 25/07/2013 19:15:12 | Tópico: Poemas
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Infalivelmente com a alba, regressa-me o esvoaçar do cheiro das tílias, eliminando alguns impossíveis de tão longínquos,
vertentes deste mar sem fim, ou destino.
Existirá sempre mais uma maré, mais um horizonte, além, ali, aqui, e quando miro as ondulações símiles às pétalas espalhadas em desalinho, tocam-me as tuas mãos sossegando-me em sorriso.
Nadas.
E digo-te; os ventos alísios serão sempre os desejados, como uma prece regateada de tão longe, um cais algures, um destino nenhures, tanto deserto em volta.
Quedam-se os corpos antes expectantes, que se encabritavam em metamorfoses pelas síncopes do dia em versos liquidados, sem remissão,
e o orvalho de antes converte-se em tempestade,
regressam procelas pelo ocaso, acolhe-me em sussurro breve, eliminando estes impossíveis imparáveis, insepultos,
eu.
Sobrevive-me.
(Ricardo Pocinho)
"Quando me instalo na aldeia - e nunca será para menos do que os três meses de Verão - hei-de levantar-me infalivelmente com a alba", Aquilino Ribeiro
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