
Ocasionalmente (o ocaso)
Data 30/07/2013 13:42:50 | Tópico: Poemas
| Parecia que estava para lá de tudo Parecia mas não sabia ainda Como chegar lá
O horizonte a equilibrar-se nos seus olhos E ele a encolher-se Sem saber como desenhar naquela tela O infinito
Aquele emaranhado de cores Eram agora um portal fechado Uma mescla de tons sombreados A caírem como quem cai Na terra molhada E não sabe que o sopro da chuva É a beleza matinal O orvalho de todas as madrugadas
Deixava-se seduzir pelas ameias Que o prendiam ao passado Queria tudo o que fosse para ele Ainda um canto na inércia dos dias
O sol chegou cedo mas nem assim Conseguiu abrir os braços E deixou que o abraçasse E lhe desse mais vida naquele lugar
Era o momento ideal para se saber vivo Era aquele o caminho O dormitório de todos os seus medos
E ele agora deitado sobre As tábuas velhas e podres Fazia daquele pedaço de chão A sua razão A sua condição De homem enjeitado Numa tela esquecida no sobrado
Dolores Marques - 2013
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