Monsaraz da minha Infância

Data 16/08/2013 11:16:19 | Tópico: Sonetos

Monsaraz da minha infância, clara estância,
céu azul, verdes campos, negra bruma,
no horizonte desse monte com distância
revejo minha Vida que se esfuma ...

Fica na memória! A Alma alcance-a,
guarde Monsaraz, branca como a espuma
na solidão do velho barco da infância,
porque a amo tanto, mais que mulher alguma!

Foi lá onde nasci, lá me irei a enterrar,
e se vivê-la é um imenso recordar,
recorda-la também é triste sofrer!

Aí Monsaraz dos olhos meus que trago nos sentidos,
devo-te quem sou, quem tenho sido,
da alvorada em que nasci ao meu triste anoitecer!



Ricardo Louro
Monsaraz

Soneto à doce Monsaraz dos olhos meus. À eterna vila da minha infância que no horizonte da Alma Alentejana me viu nascer e crescer entre nardos e quimeras, entre dores e solidões... a Alma afague-a, branquinha como uma rola, que o meu peito pejado de penas a adormece na ternura do tempo que passou.


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