A Índia Mony
Data 17/08/2013 00:45:26 | Tópico: Poemas -> Infantis
| (Nova versão do poema:O Amor de Pocotó)
A índia Mony tatuava o corpo com plumas de ema e pavão.
Adornava os seios, colares de dentes, pulseiras de capim, unhas de gavião.
Adormecia ouvindo o canto das selvas; estrelas iluminavam a palma da mão.
O corpo despido, Iluminava cavernas; acima das nuvens ouvia a manhã.
Seus dedos buliam as ondas do mar, e os cabelos adornados com fios de lã.
Duendes gulosos dormiam em taperas; não viam perigos no meio das feras.
Escondiam nas grutas, cestas de assados doces e frutas.
A índia Mony ouvia perto e longe poemas de amor,
nos lábios do índio, que imitava cavalos, trotando nas pedras.
Cheio de calos, andava a mancar e sempre a dizer:
'pocotó', 'pocotó', 'pocotó'...
Cansada de ser só, movia os cabelos no meio do pó.
Ao amanhecer, bem longe ouvia: 'Pocotó' 'Pocotó...'
O sol nascia entre as folhas, flores e ervas.
Índios jovens e velhos voltaram a pescar, e correr.
A índia Mony tornou-se mulher.
A tribo inteira dançava na chuva, celebravam o casamento da lua e do sol.
Versos de amor surgiam das águas, no meio do tempo, e do pó.
A índia Mony Soltou os cabelos, neles deu um nó.
De todos os cantos os ventos sopravam.
A índia Mony, cheia de encantos, encontrou o amor de Pocotó.
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