Poemas -> Infantis : 

A Índia Mony

 
(Nova versão do poema:O Amor de Pocotó)


A índia Mony
tatuava o corpo
com plumas de ema
e pavão.

Adornava os seios,
colares de dentes,
pulseiras de capim,
unhas de gavião.

Adormecia ouvindo
o canto das selvas;
estrelas iluminavam
a palma da mão.

O corpo despido,
Iluminava cavernas;
acima das nuvens
ouvia a manhã.

Seus dedos buliam
as ondas do mar,
e os cabelos adornados
com fios de lã.


Duendes gulosos
dormiam em taperas;
não viam perigos
no meio das feras.


Escondiam nas grutas,
cestas de assados
doces e frutas.

A índia Mony ouvia
perto e longe
poemas de amor,

nos lábios do índio,
que imitava cavalos,
trotando nas pedras.

Cheio de calos,
andava a mancar
e sempre a dizer:

'pocotó', 'pocotó',
'pocotó'...

Cansada de ser só,
movia os cabelos
no meio do pó.

Ao amanhecer,
bem longe ouvia:
'Pocotó' 'Pocotó...'

O sol nascia
entre as folhas,
flores e ervas.

Índios jovens e velhos
voltaram a pescar,
e correr.

A índia Mony
tornou-se mulher.

A tribo inteira
dançava na chuva,
celebravam o casamento
da lua e do sol.

Versos de amor
surgiam das águas,
no meio do tempo,
e do pó.


A índia Mony
Soltou os cabelos,
neles deu um nó.

De todos os cantos
os ventos sopravam.


A índia Mony,
cheia de encantos,
encontrou o amor
de Pocotó.




Poemas em ondas deslizam nas águas.

 
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RaipoetaLonato2010
 
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