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    	Data 12/09/2013 14:17:14 | Tópico: Poemas
 
  |  (Jádison Coelho)
  Do rio, a têmpora dos tempos encobertos. Dá pra de longe ver as olheiras ainda aqui causadas por ganchos e relógios que contam os minutos de um maldizer no vagão da noite lambida pelos Titãs, que mais enlarguecem  as olheiras barulhentas e inflamadas por nelas dependurados relógios bombas, podendo a qualquer momento explodir e explodir e explodir numa explosão  do gotejar das lágrimas inflamáveis de um Búfalo Brasa Acesa,  que com força fixa as patas no chão,  acabando com todo o verde local. Onde tem pegada de Búfalo não se faz a esperança da rosa nascer pro sol, se difícil já é:  rosa nascer pra sombra nua. Búfalo vos engana com o  anzol que finge não ferir para não despencar Búfalo do seu pedante patamar. Sob os tempos do rio navega  a vida que perdi quando  rejeitei falar de amor pra você, meu bem, e não por que não quisesse eu, mas porque se fez aqui oculta a coragem de ser abraçado por punhais. Búfalo só soube golpear, ser golpeado é caso pra depois da morte  de Búfalo. Olhei para as têmporas dos rios encobertos e não me transformei  em estátua de sal, muito menos me refiz  em três dias de jejum à toa, entretanto, Búfalo virou pedra e se movimentou na capoeira.
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