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Do rio,
a têmpora dos tempos encobertos.
Dá pra de longe ver as olheiras ainda aqui
causadas por ganchos e relógios que contam
os minutos de um maldizer
no vagão da noite lambida pelos Titãs,
que mais enlarguecem  as olheiras
barulhentas e inflamadas por
nelas dependurados relógios bombas,
podendo a qualquer momento explodir
e explodir e explodir numa explosão
 do gotejar das lágrimas inflamáveis
de um Búfalo Brasa Acesa, 
que com força fixa as patas no chão, 
acabando com todo o verde local.
Onde tem pegada de Búfalo
não se faz a esperança da rosa nascer pro sol,
se difícil já é:  rosa nascer pra sombra nua.
Búfalo vos engana com o  anzol que finge não ferir
para não despencar Búfalo do seu pedante patamar.
Sob os tempos do rio navega 
a vida que perdi quando 
rejeitei falar de amor pra você, meu bem,
e não por que não quisesse eu,
mas porque se fez aqui oculta a coragem
de ser abraçado por punhais.
Búfalo só soube golpear,
ser golpeado é caso pra depois da morte 
de Búfalo.
Olhei para as têmporas dos rios encobertos
e não me transformei 
em estátua de sal, muito menos me refiz 
em três dias de jejum à toa, entretanto,
Búfalo virou pedra e se movimentou na capoeira.