Desencanto

Data 16/10/2013 08:48:15 | Tópico: Poemas

Desencanto
Cheguei a ver os filhos, mas não verei os netos
- asas de fogo no espaço a pairar-
Não poderei erguer ou levantar
num só dedo de altura os meus projetos.

Vejo morrer os sonhos mais diletos
Vejo-me a vida aos poucos sem parar...
Ouço a terra docemente a chamar
estremecendo os meus passos incertos.

Não semeei a dor nunca a quis cultivar
mas, ela cresceu como os abetos
cresceu, na serra, ao brilho do luar...
Antes morrer cantando que chorar,
que mendigar nos caminhos desertos,
o pão do amor que não sei encontrar...


Maria Helena Amaro
Abril, 1988
Foz de Arouce

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