Do meu caderno de memórias

Data 22/11/2013 14:06:20 | Tópico: Poemas

" Anda, toca a levantar que é preciso ir ao mato!" - A frase caía como uma vergastada matinal. De maneira que, sem outro remédio e a custo, lá metia os pés no chão e enfiava a roupa o mais depressa que podia por causa do frio que por aquelas alturas do inverno costumava ser a sério. Depois de lavar os olhos e a ponta do nariz com um fio de água que saía da torneira gelada, uma malga de pão migado com café de cevada a ferver e um pinguito de leite a cortar o negro, desjejuava a barriga vazia.
Uma saca ao ombro e uma corda por cima, a roçadoira afiada na mão e ala que se fazia tarde a caminho da cumeada. Pelo caminho, já uma serra de mato aos ombros da Zézinha e o sol a romper ao cimo da Relva Velha...



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