
Cousas sem destino perdidas na preamar indistinta
Data 22/01/2014 04:35:33 | Tópico: Poemas
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Perduram desassossegos cansaços tiranos Que me cobrem sem afogar. Penso-te olhando As crinas onduladas do mar em êxtase sem final Por perto sobrevivendo sem a cor sempre Constante da morte pela noite assombrada. Reconto Os passos em volta circundando falsas pegadas irreais Pelas veredas recentes desembocando nos promontórios Pontiagudos feitos falas da morte, ou dos lírios. Destes mares adentro Solidões tão longínquas como passageiras Resvalam velas sem destino e as mãos fechadas Sem calor de tanto sal que as cobre apontam algures Cidades em ruínas. Cais destroçado por furacões. Vento que arrasta parte das procelas Cousas sem destino perdidas na preamar indistinta O mar tudo devolve. Assim me sobrevivo rindo dos absurdos
Lembras-te? Apenas as sombras se tocam Enquanto os corpos suados já fétidos Libertam as asas pesadas de tantas migrações.
Que fiquem as grandes muralhas do amanhecer E o beijo da despedida
Ou do regresso
Já nem sei.
[Fica].
(Ricardo Pocinho)
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