Cousas sem destino perdidas na preamar indistinta

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Perduram desassossegos cansaços tiranos
Que me cobrem sem afogar. Penso-te olhando
As crinas onduladas do mar em êxtase sem final
Por perto sobrevivendo sem a cor sempre
Constante da morte pela noite assombrada. Reconto
Os passos em volta circundando falsas pegadas irreais
Pelas veredas recentes desembocando nos promontórios
Pontiagudos feitos falas da morte, ou dos lírios. Destes mares adentro
Solidões tão longínquas como passageiras
Resvalam velas sem destino e as mãos fechadas
Sem calor de tanto sal que as cobre apontam algures
Cidades em ruínas. Cais destroçado por furacões.
Vento que arrasta parte das procelas
Cousas sem destino perdidas na preamar indistinta
O mar tudo devolve. Assim me sobrevivo rindo dos absurdos

Lembras-te? Apenas as sombras se tocam
Enquanto os corpos suados já fétidos
Libertam as asas pesadas de tantas migrações.

Que fiquem as grandes muralhas do amanhecer
E o beijo da despedida

Ou do regresso

Já nem sei.

[Fica].

(Ricardo Pocinho)

Enviado por	Tópico
visitante	Publicado: 22/01/2014 10:10 Atualizado: 22/01/2014 10:10
	Re: Cousas sem destino perdidas na preamar indistinta (quando?) ... fica-se temendo a noite quando nos apavora partir e se ficar é só isso permanecer é mais é sair nunca cortando as raizes é não estar fazendo crer que não se quer ficar quando se ficou. sombrios pensamentos retidos pela sombra dos sorrisos afinal fictícios. Sorriso

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Publicado: 22/01/2014 10:10 Atualizado: 22/01/2014 10:10

Re: Cousas sem destino perdidas na preamar indistinta

(quando?)

... fica-se
temendo a noite
quando nos apavora
partir

e se ficar é só isso
permanecer
é mais
é sair
nunca cortando as raizes
é não estar
fazendo crer que não se quer ficar
quando se ficou.

sombrios pensamentos
retidos pela sombra dos sorrisos
afinal
fictícios.

Sorriso

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Tópico

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Publicado: 03/02/2014 19:57 Atualizado: 03/02/2014 19:57

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Re: Cousas sem destino perdidas na preamar indistinta para AlmaMater

Apenas as sombras se tocam
Enquanto os corpos suados já fétidos
Libertam as asas pesadas de tantas migrações.

Que fiquem as grandes muralhas do amanhecer
E o beijo da despedida

Ou do regresso

Já nem sei.

o quando é deveras difícil
afinal teme-se sempre a noite/só.

Obrigado Poetisa pelo "crer que não se quer ficar.

Agradeço-te com um sorriso

Enviado por	Tópico
visitante	Publicado: 22/01/2014 11:49 Atualizado: 22/01/2014 11:49
	Re: Cousas sem destino perdidas na preamar indistinta Sempre fica algo de bom ou ruim nas espedidas e regressos, tomara que fique algo muito bom, nos regressos todos, Admiro-te poeta do sol... Sempre iluminando, iluminando, Belo, boés. Parabens sempre.

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Publicado: 22/01/2014 11:49 Atualizado: 22/01/2014 11:49

Re: Cousas sem destino perdidas na preamar indistinta

Sempre fica algo de bom ou ruim nas espedidas e regressos, tomara que fique algo muito bom, nos regressos todos, Admiro-te poeta do sol... Sempre iluminando, iluminando,

Belo, boés. Parabens sempre.

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Tópico

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Publicado: 03/02/2014 20:03 Atualizado: 03/02/2014 20:03

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Re: Cousas sem destino perdidas na preamar indistinta para mcris

Lembras-te
dos desassossegos cansaços tiranos
Que cobrem sem afogar?
Do pensar ou das crinas onduladas do mar em êxtase sem final
Por perto sobrevivendo sem a cor. É.

e sempre as cumplicidade entre reencontros e despedidas, a vida é assim também.

Boés Obrigados Poetisa.

Agradço-te

Enviado por	Tópico
visitante	Publicado: 22/01/2014 13:08 Atualizado: 22/01/2014 13:08
	Re: Cousas sem destino perdidas na preamar indistinta ** tantas são as despedidas como são os regressos a alma resvala na beirada da tua na intersecção perene das nossas sobreviventes luas então um beijo estala na onda sou-te adeus na proa sou-te regresso na cantoria das ninfas em loas... e o olhar jade é só um detalhe não sei se fim ou começo migram meus abraços na revoada dos pensamentos não quero te pensar o mar açoita meu querer-te à deriva- corpo e mente- entre ser-te ou ter-te e o mar é só um verso renitente. K* beijo

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Tópico

visitante

Publicado: 22/01/2014 13:08 Atualizado: 22/01/2014 13:08

Re: Cousas sem destino perdidas na preamar indistinta

**
tantas são as despedidas
como são os regressos
a alma resvala na beirada da tua
na intersecção perene
das nossas sobreviventes luas

então um beijo estala na onda
sou-te adeus na proa
sou-te regresso na cantoria
das ninfas em loas...

e o olhar jade é só um detalhe
não sei se fim ou começo
migram meus abraços
na revoada dos pensamentos

não quero te pensar
o mar açoita meu querer-te
à deriva- corpo e mente-
entre ser-te ou ter-te

e o mar é só um verso renitente.

K*

beijo

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Tópico

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Publicado: 10/02/2014 18:34 Atualizado: 10/02/2014 18:34

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Re: Cousas sem destino perdidas na preamar indistinta para Karinna*k

as cousas perdidas que se encontram pelas palavras que
estremecem como um beijo
onde uma onda estala. Jamais um adeus, ou uma preamar perdida
à deriva sempre
como se o mar apenas fosse mais um verso. Lindas as tuas palavras Poetisa do Olhar.
Obrigado.

Agradeço-te

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Migueljaco	Publicado: 22/01/2014 13:38 Atualizado: 22/01/2014 13:38
Colaborador Usuário desde: 23/06/2011 Localidade: Taubaté SP Mensagens: 10200	Re: Cousas sem destino perdidas na preamar indistinta Bom dia poeta, nada possui tamanha dramaticidade em nosso sujeito, como os afetos, queremos com receios, e mesmo desconfiados queremos, e assim a vida vai passando, e a maioria dos nossos planos amorosos não saem da incubadeira mental, parabéns pelo contundente poema, um grande abraço, MJ.

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Migueljaco

Publicado: 22/01/2014 13:38 Atualizado: 22/01/2014 13:38

Colaborador

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Re: Cousas sem destino perdidas na preamar indistinta

Bom dia poeta, nada possui tamanha dramaticidade em nosso sujeito, como os afetos, queremos com receios, e mesmo desconfiados queremos, e assim a vida vai passando, e a maioria dos nossos planos amorosos não saem da incubadeira mental, parabéns pelo contundente poema, um grande abraço, MJ.

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Publicado: 10/02/2014 18:36 Atualizado: 10/02/2014 18:36

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Re: Cousas sem destino perdidas na preamar indistinta para Migueljaco

existe em nós sempre um drama por contar pelas
Solidões tão longínquas como passageiras onde
Resvalam velas sem destino e as mãos fechadas que se abrem mesmo que brevemente.
E ambos sabemos que tudo foge refugiando-se num texto, só. Obrigado.

Agradeço-te

Enviado por	Tópico
Jmattos	Publicado: 22/01/2014 15:44 Atualizado: 22/01/2014 15:44
Usuário desde: 03/09/2012 Localidade: Mensagens: 18165	Re: Cousas sem destino perdidas na preamar indistinta Amigo Poeta Parabéns! Poema excelente! Solidões tão longínquas como passageiras Resvalam velas sem destino e as mãos fechadas Sem calor de tanto sal que as cobre apontam algures Cidades em ruínas. Cais destroçado por furacões. Vento que arrasta parte das procelas Cousas sem destino perdidas na preamar indistinta O mar tudo devolve. Trecho marcante, triste mas inspirador! Levei! Beijos! Janna

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Jmattos

Publicado: 22/01/2014 15:44 Atualizado: 22/01/2014 15:44

Usuário desde: 03/09/2012

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Mensagens: 18165

Re: Cousas sem destino perdidas na preamar indistinta

Amigo Poeta
Parabéns! Poema excelente!

Solidões tão longínquas como passageiras
Resvalam velas sem destino e as mãos fechadas
Sem calor de tanto sal que as cobre apontam algures
Cidades em ruínas. Cais destroçado por furacões.
Vento que arrasta parte das procelas
Cousas sem destino perdidas na preamar indistinta
O mar tudo devolve.

Trecho marcante, triste mas inspirador! Levei!
Beijos!
Janna

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Tópico

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Publicado: 10/02/2014 18:39 Atualizado: 10/02/2014 18:39

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Re: Cousas sem destino perdidas na preamar indistinta para Jmattos

Sabe Poetisa, são tantas as vezes que me perco por entre (adentro)
das sombras que as asas
se libertam de tantas migrações
depois fica o mar.... e tudo recomeça outra vez. Obrigado pelas tuas palavras.

Agradeço-te

Enviado por	Tópico
Vania Lopez	Publicado: 23/01/2014 01:59 Atualizado: 23/01/2014 01:59
Membro de honra Usuário desde: 25/01/2009 Localidade: Pouso Alegre - MG Mensagens: 19091	Re: Cousas sem destino perdidas na preamar indistinta ... e quando ser tua fã se torna pouco. nem sei o que falar. levo como meu. obrigada...

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Vania Lopez

Publicado: 23/01/2014 01:59 Atualizado: 23/01/2014 01:59

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Localidade: Pouso Alegre - MG

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Re: Cousas sem destino perdidas na preamar indistinta

... e quando ser tua fã se torna pouco.
nem sei o que falar. levo como meu. obrigada...

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Publicado: 10/02/2014 18:40 Atualizado: 10/02/2014 18:40

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Re: Cousas sem destino perdidas na preamar indistinta para Vania Lopez

Que fiquem as grandes muralhas do amanhecer
E o beijo da despedida

Ou do regresso

Já nem sei.

Leva-o, sei que cuidarás bem dele Poetisa. Obrigado.

Agradeço-te

	Re: Hainda assim, João Marino Delize 01/05/2025 19:17
	Re: Trabalhador (Decrescendo em homenagem ao dia do traba... Paulo-Galvão 01/05/2025 18:37
	Re: Lampejo / a todos Paulo-Galvão 01/05/2025 18:32
	Re: Viver o presente no passado doutro Upanhaca 01/05/2025 18:27
	Re: melómano Paulo-Galvão 01/05/2025 18:23
	Re: A pena Paulo-Galvão 01/05/2025 18:19
	Re: Nós beijadordeflores 01/05/2025 17:13
	Re: Beijos do beija-flor Upanhaca 01/05/2025 13:56
	Re: Singularidades simples / Paulo-Galvão Beatrix 01/05/2025 13:32
	Re: Lápis / Barbozza Beatrix 01/05/2025 13:29
	Re: Desejo gillesdeferre 01/05/2025 09:48
	Re: Já era uma noite vinda beijadordeflores 01/05/2025 09:08
	Re: Fogo Lento Paulo-Galvão 01/05/2025 07:52
	Re: lareira acesa Paulo-Galvão 01/05/2025 07:46
	Re: Insubmissão Paulo-Galvão 01/05/2025 07:40

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