passaram por mim
as três estações
contemplo agora
nas paredes do meu sonho
as telas onde tu
um dia surgiste
és um branco invisível
acariciado pela neve
onde o sol
por entre ramos de árvores
tenta iluminar o teu reflexo
e eu queria tanto deitar
a tua insustentável nudez
no colo da sombra deste amar
de quão frágil solidez
a neve aquece certamente
e a sua água correrá fluente
da nascente da tua imagem
o teu corpo
é levado pelos rios
de outra
primavera verão ou outono
assim como sucede
aos fins dos dias do entrudo
(tantos como as três estações)
ó quisera eu ter sido brincadeira
deste carnaval
as telas pintadas à minha maneira
mas tudo me correu mal...
começa hoje a quaresma
vou procurar redenções
para a minha pecadora alma
deste meu desejo carnal
enterro agora a tua gravura
e não alimento mais recordações
só esta estação de inverno
com o seu intenso frio
ainda não terminou
tudo o resto acabou
o carnaval em fim de dias
e as minhas quatro poesias
em quarta-feira (de cinzas)
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