 
  
    	Vitis Vinifera
    	Data 30/03/2014 14:10:41 | Tópico: Poemas
 
  |  Acabo de ter um sonho.
  Que mãos são essas?  Ágeis, diminutas, que roubam-me? Sobre minha cama, videiras.  Sobre, encontrá-se um jovem.  Seu rosto deixa que o veja.  Lembra-me alguém, oras, mas quem? - Não deve levar minhas uvas. - alerto, mas segue.
  Sobre minha cama, videiras.  Sobre a videira, ele.
  Que pula sobre a cama e se aproxima. Em seu rosto um sorriso. Oras, aquele sorriso. Eu o conhecia.
  "Novamente nos encontramos. Andas a fugir de mim. Vagueia para longe, em espaços vazios. Estou cansado, mas contento-me em revê-la"
  Ele fala como se existisse. Como se real o fosse.
  - Isso é um sonho. - garanto. Eu sei. O ar é refrescante.  Tenho a segurança de um lar,  e sinto-me envolta de macieis difusa. 
  "Sim. Sempre o é quando nos vemos. O que foi ruim deixa-se ir assim"  Ele estala os dedos e flores caem sobre nós.
  De imaginação a sonho. Eu o imaginei.  Um segredo egoísta de mim mesma.  Mas era errado, eu sabotava-me.  Por que quando eu acordasse  Desejaria retornar ao sonho,  E ele não o mais estaria. 
  - Pois que sonho esperaria?
  Seus olhos amarelos, de rosto sério. " Eu estou sempre a esperá-la.  Preso nessas paredes de ar,  espero que morras lá e vivas aqui.  Se sofres imaginas eu.  Tens duas vidas,  eu sento ao teu lado e espero. Espero. Espero"
  Sobre minha cama, videiras.  Sobre mim, ele.
  Meus olhos pesam.  O cansaço de mil corpos.  Cada piscadela um retrato seu. 
  - Ao acordar escreverei sobre você.  Não desaparecerá.
  "Estou aqui" - toca minha testa. "Estás aqui" - pousa minha mão em seu peito.  "Incrível não? Existo dentro de sua existência"
 
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