Na biblioteca onde encontro janelas em formas de livros
eu mergulho em infinitos mares
descubro que nada sou
além de letras garrafais
Lá o escritor se torna intruso
pois vê que sua escrita na verdade não é sua
ele doa
e quem lê, possui em si a magia do saber
Fecho os olhos e sonho
não há perigo
que eu possa ter
sou gente
sou alma
sou mente
sei ser doente
meu corpo um dia tomba
mas minha escrita nasce todo o dia
e de mim terás sempre
o que ler
sou livro de folhas brancas
me torno criança brinco de viver
pulo de galho em galho
deixo minhas marcas
onde um dia tu terás que reconhecer...

Eu sou a escrita do dia