Estrela decadente

Data 29/04/2014 15:05:55 | Tópico: Sonetos


eu venho de todos os lugares da perda
semeando cadáveres pela planície
os bolsos cheios de armas e só merda
sou da fome o mais astuto artificie

eu venho de onde não tenho nome
garganta funda para dizer a liberdade
pau para toda a obra de quem tome
mentira como a mais pura da verdade

eu venho dos bairros da fome como lata
cântico negro a roer-me de poesia os ossos
eu venho de matar o silêncio com esta faca

eu venho de todos os lugares tão vossos
Já arrumei para um canto o que me mata
visto-me da bonomia cadente dos destroços





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