eu venho de todos os lugares da perda
semeando cadáveres pela planície
os bolsos cheios de armas e só merda
sou da fome o mais astuto artificie
eu venho de onde não tenho nome
garganta funda para dizer a liberdade
pau para toda a obra de quem tome
mentira como a mais pura da verdade
eu venho dos bairros da fome como lata
cântico negro a roer-me de poesia os ossos
eu venho de matar o silêncio com esta faca
eu venho de todos os lugares tão vossos
Já arrumei para um canto o que me mata
visto-me da bonomia cadente dos destroços
O meu verdadeiro nome é José Ilídio Torres. É com ele que assino os meus livros.
Já publiquei 12 obras em géneros diversos: crónica, romance, conto e poesia.
Foi em 2007, aqui no Luso, que mostrei pela primeira vez.