Quando as figuras ficam indistintas como os nevoeiros cerrados cobrindo vales sós Brado da cegueira
Data 29/04/2014 18:18:06 | Tópico: Poemas
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Qual a cor do silêncio ou o sabor do vento alísio invadindo o salso reino em azul (ou em verde e cinzento ou em outras cores quaisquer que sejam elas)? O tempo a passar.
Há quem lhe chame de ventos as Visões Quando as figuras ficam indistintas como os nevoeiros cerrados cobrindo vales sós
Brado da cegueira Clamo sacrifícios suicidas purificadores Bajulo céus Marés longínquas
Qual redenção Te transporta além daquela linha Sempre transparente escondida pelas madrugadas insones?
Sei que fitas as cores do arco-íris escondidas pelas níveas Nuvens Onde habitam as aves cansadas das distâncias brutais Sei que pintas alguns dos sonhos repetidos cansados Como se não existisse mais nada em volta Nem as pedras
Nem os trilhos de outras pegadas.
Em vão tento esquecer-me de mim Esquecer-me de ti Esquecer-me deste mar (ou mesmo amar que seja)
Em vão apenas tento esquecer Sim
Das tantas mortes todas as que me lembro Piores que o sangue por onde se afogam vazios sentidos Homens sem o leme.
(I)
Ao longe bem longe O Mar em teus olhos Calmo como à deriva dos destinos das rotas dos desejos
Erguem-se mil cousas por perto Pelo poente.
Preciso partir De mim.
(II)
(Do sonho que já não pertence a mais ninguém).
(Ricardo Pocinho)
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