Quando as figuras ficam indistintas como os nevoeiros cerrados cobrindo vales sós Brado da cegueira

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Qual a cor do silêncio ou o sabor do vento alísio invadindo o salso reino em azul (ou em verde e cinzento ou em outras cores quaisquer que sejam elas)?
O tempo a passar.

Há quem lhe chame de ventos as Visões
Quando as figuras ficam indistintas como os nevoeiros cerrados cobrindo vales sós

Brado da cegueira
Clamo sacrifícios suicidas purificadores
Bajulo céus Marés longínquas

Qual redenção
Te transporta além daquela linha
Sempre transparente escondida pelas madrugadas insones?

Sei que fitas as cores do arco-íris escondidas pelas níveas Nuvens
Onde habitam as aves cansadas das distâncias brutais
Sei que pintas alguns dos sonhos repetidos cansados
Como se não existisse mais nada em volta
Nem as pedras

Nem os trilhos de outras pegadas.

Em vão tento esquecer-me de mim
Esquecer-me de ti
Esquecer-me deste mar (ou mesmo amar que seja)

Em vão apenas tento esquecer
Sim

Das tantas mortes todas as que me lembro
Piores que o sangue por onde se afogam vazios sentidos
Homens sem o leme.

(I)

Ao longe bem longe
O Mar em teus olhos
Calmo como à deriva dos destinos das rotas dos desejos

Erguem-se mil cousas por perto
Pelo poente.

Preciso partir
De mim.

(II)

(Do sonho que já não pertence
a mais ninguém).

(Ricardo Pocinho)

Enviado por	Tópico
Maryjun	Publicado: 29/04/2014 18:58 Atualizado: 29/04/2014 18:58
Membro de honra Usuário desde: 30/01/2014 Localidade: São Paulo Mensagens: 7120	Re: Quando as figuras ficam indistintas como os nevoeiros... Olá amigo, Parabéns, um texto intenso e profundo.Belíssimo!! Mary Jun

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Tópico

Maryjun

Publicado: 29/04/2014 18:58 Atualizado: 29/04/2014 18:58

Membro de honra

Usuário desde: 30/01/2014

Localidade: São Paulo

Mensagens: 7120

Re: Quando as figuras ficam indistintas como os nevoeiros...

Olá amigo,

Parabéns,
um texto intenso
e profundo.Belíssimo!!

Mary Jun

Enviado por

Tópico

Transversal

Publicado: 06/05/2014 19:21 Atualizado: 06/05/2014 19:21

Membro de honra

Usuário desde: 02/01/2011

Localidade: Lisboa (a bombordo do Rio Tejo)

Mensagens: 3755

Re: Quando as figuras ficam indistintas como os nevoeiros... para Maryjun

sabe Poetisa são inúmeras as vezes que me questiono
Qual a cor do silêncio ou o sabor do vento alísio invadindo o salso reino em azul (ou em verde e cinzento ou em outras cores quaisquer que sejam elas)?

e são respostas vagas as que imagino, ficando indistintas as figuras, as palavras. Cousas apenas que se sucedem. Obrigado pelos Parabéns.

Agradeço-te

Enviado por	Tópico
Jmattos	Publicado: 29/04/2014 19:19 Atualizado: 29/04/2014 19:19
Usuário desde: 03/09/2012 Localidade: Mensagens: 18165	Re: Quando as figuras ficam indistintas como os nevoeiros... Poeta Transversal Sei que pintas alguns dos sonhos repetidos cansados Como se não existisse mais nada em volta Nem as pedras Nem os trilhos de outras pegadas. Poema belo, mas inquietante! Adorei a leitura! Beijos! Janna

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Tópico

Jmattos

Publicado: 29/04/2014 19:19 Atualizado: 29/04/2014 19:19

Usuário desde: 03/09/2012

Localidade:

Mensagens: 18165

Re: Quando as figuras ficam indistintas como os nevoeiros...

Poeta Transversal

Sei que pintas alguns dos sonhos repetidos cansados
Como se não existisse mais nada em volta
Nem as pedras

Nem os trilhos de outras pegadas.

Poema belo, mas inquietante! Adorei a leitura!
Beijos!
Janna

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Tópico

Transversal

Publicado: 06/05/2014 19:22 Atualizado: 06/05/2014 19:22

Membro de honra

Usuário desde: 02/01/2011

Localidade: Lisboa (a bombordo do Rio Tejo)

Mensagens: 3755

Re: Quando as figuras ficam indistintas como os nevoeiros... para Jmattos

são tantas as vezes que
Em vão apenas tento esquecer
Sim

Das tantas mortes todas as que me lembro
Piores que o sangue por onde se afogam vazios sentidos
Homens sem o leme.

que por vezes me atropelam as imagens, sem tino, sem rumo. Apenas e só silêncios. Obrigado Poetisa.

Agradeço-te

Enviado por	Tópico
visitante	Publicado: 29/04/2014 19:44 Atualizado: 29/04/2014 19:44
	Re: Quando as figuras ficam indistintas como os nevoeiros... Sempre agradável ler seus poemas, caro Poeta! Tantas imagens! Tantos desafios! Tantas "verdades"! "Há quem lhe chame de ventos as Visões Quando as figuras ficam indistintas como os nevoeiros cerrados cobrindo vales sós " Por fim... tantas viagens! Obrigada pelo deleite e meus parabéns! Um abraço, ALICE

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Tópico

visitante

Publicado: 29/04/2014 19:44 Atualizado: 29/04/2014 19:44

Re: Quando as figuras ficam indistintas como os nevoeiros...

Sempre agradável ler seus poemas, caro Poeta!

Tantas imagens! Tantos desafios! Tantas "verdades"!

"Há quem lhe chame de ventos as Visões
Quando as figuras ficam indistintas como os nevoeiros cerrados cobrindo vales sós "

Por fim... tantas viagens!

Obrigada pelo deleite e meus parabéns!

Um abraço,

ALICE

Enviado por

Tópico

Transversal

Publicado: 06/05/2014 19:25 Atualizado: 06/05/2014 19:25

Membro de honra

Usuário desde: 02/01/2011

Localidade: Lisboa (a bombordo do Rio Tejo)

Mensagens: 3755

Re: Quando as figuras ficam indistintas como os nevoeiros... para Alice Luconi

tantas as interrogações que se sucedem como vagas em mar aberto
sem descansos,
sem respirar, e
Bajulo céus Marés longínquas

Qual redenção
Te transporta além daquela linha
Sempre transparente escondida pelas madrugadas insones?

Sei que afinal nada sei quase repetindo Sócrates, afinal isto é uma passagem, uma aprendizagem, apenas. Obrigado Poetisa que admiro.

Agradeço-te

Enviado por	Tópico
RayNascimento	Publicado: 29/04/2014 20:26 Atualizado: 29/04/2014 21:27
Membro de honra Usuário desde: 13/03/2012 Localidade: Monte Roraima - tríade fronteira Brasil/Guyana Inglesa/Venezuela - - Amazônia - Brasil Mensagens: 6544	Re: Quando as figuras ficam indistintas como os nevoeiros... A cor da paisagem Tingida pelo teu silêncio Que rasga a pele do poema No escrever no som do papel Que tento aprender... No trilho infindo Que me leva depois Daqueles versos Molhados no tinteiro Riscado de sol... Nas brancas nuvens Que impera o algodão Dedilhado pelas tuas mãos Que embriagam-me em ti... Desfilando pela força Nas tuas letras Que tiram do abismo... Lançando no azul do poema Vislumbrando a cena Que acena a ti Quando tu acenas Nas imagens criadas No quadro mental... Onde habita o incolor Transparência incontida Na emoção que não cabe No coração e derrama Pelas pontas dos dedos No castelo de sonhos Tingidos de sol Na cor da saudade... Ray Nascimento

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Tópico

RayNascimento

Publicado: 29/04/2014 20:26 Atualizado: 29/04/2014 21:27

Membro de honra

Usuário desde: 13/03/2012

Localidade: Monte Roraima - tríade fronteira Brasil/Guyana Inglesa/Venezuela - - Amazônia - Brasil

Mensagens: 6544

Re: Quando as figuras ficam indistintas como os nevoeiros...

A cor da paisagem
Tingida pelo teu silêncio
Que rasga a pele do poema
No escrever no som do papel
Que tento aprender...

No trilho infindo
Que me leva depois
Daqueles versos
Molhados no tinteiro
Riscado de sol...

Nas brancas nuvens
Que impera o algodão
Dedilhado pelas tuas mãos
Que embriagam-me em ti...

Desfilando pela força
Nas tuas letras
Que tiram do abismo...

Lançando no azul do poema
Vislumbrando a cena
Que acena a ti
Quando tu acenas
Nas imagens criadas
No quadro mental...

Onde habita o incolor
Transparência incontida
Na emoção que não cabe
No coração e derrama
Pelas pontas dos dedos
No castelo de sonhos
Tingidos de sol
Na cor da saudade...

Ray Nascimento

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Tópico

Transversal

Publicado: 06/05/2014 19:29 Atualizado: 06/05/2014 19:29

Membro de honra

Usuário desde: 02/01/2011

Localidade: Lisboa (a bombordo do Rio Tejo)

Mensagens: 3755

Re: Quando as figuras ficam indistintas como os nevoeiros... para RayNascimento

e quando tu Poetisa
deixas dedilhar pelas tuas mãos
as palavras, elas sim infinitas
"lançando no azul do poema
imagens
transparências incontidas
na cor da saudade, afinal pergunto-me.... Que procuro eu?
Preciso partir
De mim.

(Do sonho que já não pertence
a mais ninguém). Sabes que é sempre para mim ler-te, um deleite, mesmo, enriqucendo e de que maneira o meu texto. Obrigado Poetisa.

Agradeço-te

Enviado por	Tópico
visitante	Publicado: 29/04/2014 20:42 Atualizado: 29/04/2014 20:42
	Re: Quando as figuras ficam indistintas como os nevoeiros... Preciso partir De mim. (II) (Do sonho que já não pertence a mais ninguém). Há sonhos tão nossos aprisionados no silêncio que reflete a cor... a dor.. o tom... há sonhos não mais vistos, sentidos descritos... há sonhos que ancoram no mar do infinito... há sonhos cinzas, coloridos, tintos... rsrsrs divaguei sempre belo, e há sonhos com cor de sol! Muito lindo poeta, admiro-te sempre!

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Tópico

visitante

Publicado: 29/04/2014 20:42 Atualizado: 29/04/2014 20:42

Re: Quando as figuras ficam indistintas como os nevoeiros...

Preciso partir
De mim.

(II)

(Do sonho que já não pertence
a mais ninguém).

Há sonhos tão nossos aprisionados no silêncio que reflete a cor... a dor.. o tom... há sonhos não mais vistos, sentidos descritos... há sonhos que ancoram no mar do infinito... há sonhos cinzas, coloridos, tintos... rsrsrs divaguei sempre belo, e há sonhos com cor de sol! Muito lindo poeta, admiro-te sempre!

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Tópico

Transversal

Publicado: 06/05/2014 19:33 Atualizado: 06/05/2014 19:33

Membro de honra

Usuário desde: 02/01/2011

Localidade: Lisboa (a bombordo do Rio Tejo)

Mensagens: 3755

Re: Quando as figuras ficam indistintas como os nevoeiros... para Poemices

como te posso falar de sonhos ou de visões
quando elas povoam-nos pelos areais onde se ouve ao fundo
um piano a tocar, e,
os pés descalços tocam areais que jamais terminam? Sempre assim seja. E que se libertem as prisões que sufocam, e que se comece a viagem
Sei que fitas as cores do arco-íris escondidas pelas níveas Nuvens
Onde habitam as aves cansadas das distâncias brutais
Sei que pintas alguns dos sonhos repetidos cansados
Como se não existisse mais nada em volta
Nem as pedras

Nem os trilhos de outras pegadas.

Sei que também te admiro, boés, sei que um dia encontrarás o teu trilho Poetisa da Luz.
Obrigado.

Agradeço-te

Enviado por	Tópico
Migueljaco	Publicado: 29/04/2014 20:59 Atualizado: 29/04/2014 20:59
Colaborador Usuário desde: 23/06/2011 Localidade: Taubaté SP Mensagens: 10200	Re: Quando as figuras ficam indistintas como os nevoeiros... Boa noite Ricardo, é da nossa natureza,correr atrás do que nos apetece, mesmo tendo ciência dos mais dificultosos entraves para nos coibir o alcance de tais elementos ou fatos, porque para o nosso ser sepultar algo que ainda alimento os nossos desejos, é profundamente pesaroso. um forte abraço, MJ.

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Tópico

Migueljaco

Publicado: 29/04/2014 20:59 Atualizado: 29/04/2014 20:59

Colaborador

Usuário desde: 23/06/2011

Localidade: Taubaté SP

Mensagens: 10200

Re: Quando as figuras ficam indistintas como os nevoeiros...

Boa noite Ricardo, é da nossa natureza,correr atrás do que nos apetece, mesmo tendo ciência dos mais dificultosos entraves para nos coibir o alcance de tais elementos ou fatos, porque para o nosso ser sepultar algo que ainda alimento os nossos desejos, é profundamente pesaroso. um forte abraço, MJ.

Enviado por

Tópico

Transversal

Publicado: 06/05/2014 19:41 Atualizado: 06/05/2014 19:41

Membro de honra

Usuário desde: 02/01/2011

Localidade: Lisboa (a bombordo do Rio Tejo)

Mensagens: 3755

Re: Quando as figuras ficam indistintas como os nevoeiros... para Migueljaco

Concordo Miguel, mas por vezes algo nos agarra, impede de ir mais longe
mais além do mar, como se fossemos dependentes de algo mais que a vida
Brado da cegueira
Clamo sacrifícios suicidas purificadores
Bajulo céus Marés longínquas

Qual redenção

Obrigado Poeta pelo comentário pelas pistas.

Agradeço-te

Enviado por	Tópico
Vania Lopez	Publicado: 30/04/2014 02:03 Atualizado: 30/04/2014 02:03
Membro de honra Usuário desde: 25/01/2009 Localidade: Pouso Alegre - MG Mensagens: 17926	Re: Quando as figuras ficam indistintas como os nevoeiros... um tanto triste esse. mas de uma beleza serena. um sonho no nevoeiro que calmamente se torna visível mesmo que de ninguém. perfeito. obrigada

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Tópico

Vania Lopez

Publicado: 30/04/2014 02:03 Atualizado: 30/04/2014 02:03

Membro de honra

Usuário desde: 25/01/2009

Localidade: Pouso Alegre - MG

Mensagens: 17926

Re: Quando as figuras ficam indistintas como os nevoeiros...

um tanto triste esse. mas de uma beleza serena.
um sonho no nevoeiro que calmamente se torna visível
mesmo que de ninguém. perfeito. obrigada

Enviado por

Tópico

Transversal

Publicado: 06/05/2014 19:44 Atualizado: 06/05/2014 19:44

Membro de honra

Usuário desde: 02/01/2011

Localidade: Lisboa (a bombordo do Rio Tejo)

Mensagens: 3755

Re: Quando as figuras ficam indistintas como os nevoeiros... para Vania Lopez

sim das tristezas que regressam
mas que se querem tantas vezes sepultadas, acamadas, arrumadas
mas regressam sempre como um nevoeiro
frio e denso.
tu Poetisa foste lá.
O tempo a passar.

Há quem lhe chame de ventos as Visões
Quando as figuras ficam indistintas como os nevoeiros cerrados cobrindo vales sós

Obrigado Poetisa que admiro.

Agradeço-te

	Re: Ser e não ser LucianoSpagnol 23/04/2024 20:37
	Re: aromas Rogério Beça 23/04/2024 15:54
	Re: Não somos nada Rogério Beça 23/04/2024 15:49
	Re: O Que Impera no Convento Rogério Beça 23/04/2024 15:38
	Re: Como não observar Barbozza 23/04/2024 14:32
	Re: Sambafado Barbozza 23/04/2024 14:19
	Re: Atrás dos menestréis Barbozza 23/04/2024 14:16
	Re: Remorso não traz o passado de volta Barbozza 23/04/2024 14:00
	Re: Todo teu. Barbozza 23/04/2024 13:59
	Bom dia GabrielaMaria 23/04/2024 10:16
	Bom dia! GabrielaMaria 22/04/2024 10:44
	Re: TEMERÁRIO p/Dirose ZeSilveiraDoBrasil 21/04/2024 22:49
	Re: um dia de cada vez/ Poeta Alpha rosafogo 21/04/2024 20:46
	Re: o orgão da capela RoqueSilveira 21/04/2024 13:18
	Bom dia GabrielaMaria 21/04/2024 11:25

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