
Ensaio sobre a inveja
Data 26/05/2014 04:49:49 | Tópico: Poemas
| Desde que o tempo é tempo, o verme do vício da alma É a pausa antes da punhalada, para depois ver o sangue escorrer com calma Admiração doentia, vezes confusão sexual, real insanidade É o mesmo que brinca com a estima e pede humildade É o fiel da balança que pesa a maldade Um pesar alheio por tudo, ou quase tudo, alheio Irmã da paixão desvairada e do ciúme, ela está no meio O cumulo dela mesma, os invejosos invejam até os invejosos É a tapinha nas costas, é um falso sorriso e olhos nervosos
Como ladrão que rouba ladrão Dizem se ocupar, mas esperam os anos de perdão São vampiros, alimentam-se da vida alheia Para não se alimentar da própria vida Fazem do ser terra estéril onde o bem não semeia Vão chamá-lo de “meu querido” e “minha querida” Sondam o coração do homem e o que o faz bater Instintivamente se riem ao ver perecer
De mãos espalmadas negam invejar, rezam até de joelhos Reproduzem em suas mentes inimigos, tal qual coelhos Negam as intenções procurando o espelho para se ver Apontam o dedo do implacável Deus de Abraão Somam pesadelos com uma fila de fantasmas a cobrar Fazem-se magoadas, julgam e enfim jogam corpos ao mar Acusam santos de bruxaria e os queimam na fogueira da inquisição Mas o inevitável é que se afogam de fato, carburam de fato, e pelo reflexo do espelho vêem-se perecer.
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