Alcova fosca

Data 26/06/2014 13:09:40 | Tópico: Poemas -> Sombrios

Alcova fosca



Nossa alcova está inaudível, mas tece
e penetra no crepúsculo e faz o estado.

Perde a consciência sentimental, prece
precisa o pobre diabo de longe sentado.

Teve um fruto brotando um bicho horrível
medita e toca meu espectro assustado.

Chego e faço esforço forte e aplausível
com um pedaço de pau duro e imantado.

Minha trama cinge minha gema forte
e noto ainda outro olho no teto fosco.

Fecho o cadeado e iço a tremer sem norte
outra mureta levanta e brota outro tosco.

Caldo de enxofre molha e morde o pescoço
noto sede vegetal e um agressivo ardor.

Ver agora o diabo meu Deus!!! Treme o osso
no aposento eu ouço um místico alvoroço.















O NOVO POETA. (W.Marques).
O NOVO POETA. (W.Marques).



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=273373