Tágide

Data 19/08/2014 18:59:55 | Tópico: Sonetos

Céu cinzento e calmo de Lisboa,
triste nevoa, ao vento, esvoaçando.
Que a lenta travessia que faz esta canoa,
deixa pelo Tejo, agonias, ondulando …

Das margens alguém mal se adivinha,
o cerrado nevoeiro, quente e recortado,
anuncia à distância que alguém ali caminha,
alguém avança,infeliz, de quando em quando!

Soa um grito de amargura,
dor imberbe, invisível que tortura
e se derrama como espuma pelo ar …

Que o Tejo no seu leito retorcido,
aglutina, brandamente ao meu ouvido:
“Poeta, onde posso minha Tágide encontrar?!...”


Ricardo Louro
Sines



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=277018