Sonetos : 

Tágide

 
Céu cinzento e calmo de Lisboa,
triste nevoa, ao vento, esvoaçando.
Que a lenta travessia que faz esta canoa,
deixa pelo Tejo, agonias, ondulando …

Das margens alguém mal se adivinha,
o cerrado nevoeiro, quente e recortado,
anuncia à distância que alguém ali caminha,
alguém avança,infeliz, de quando em quando!

Soa um grito de amargura,
dor imberbe, invisível que tortura
e se derrama como espuma pelo ar …

Que o Tejo no seu leito retorcido,
aglutina, brandamente ao meu ouvido:
“Poeta, onde posso minha Tágide encontrar?!...”


Ricardo Louro
Sines


Ricardo Maria Louro

 
Autor
Ricky
Autor
 
Texto
Data
Leituras
794
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
1 pontos
1
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
acasado
Publicado: 19/08/2014 19:10  Atualizado: 19/08/2014 19:10
Super Participativo
Usuário desde: 17/08/2014
Localidade:
Mensagens: 123
 Re: Tágide
Ola
Um belo soneto. "Poeta, onde posso minha Tágide encontrar?!" Quem caminha traz certamente o fado feito de ondas de Tejo. A Tágide existe no Olimpo dos sonhos.
Gostei.
António Casado