Caligrafando Dallavecchia

Data 24/08/2014 17:22:52 | Tópico: Poemas

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Caligrafando Dallavecchia


[size=medium]Um dia
vi a minha morte
podia ser o título
de uma poesia
mas era tão horrível
que chamar-lhe
rodapé de cinzas
seria um elogio

Nesses dias sombrios
vi também, o meu cadáver
mais de cinquenta anos
de ossadas enterradas
num cemitério de sonhos
mas ainda
estou aqui
- é a minha vida!

e...

porque acreditei e acredito
no milagre
tu surgiste e és
a profecia anunciada
no dia em que eu nasci
Amo-te
até que um outro dia
até que uma outra hora
a minha morte liquide todos
os movimentos
e eu abandonado
ao vazio do meu corpo morto
preencha o espaço
(desconhecido?)
dentro do mundo
onde buscarei desesperadamente...
o interior do teu olhar
e então
pela primeira vez deitado
no teu vestido feito de estrelas
a luz da tua divina criação
escreverá nas galáxias
o nome que adoptei
para que
o meu e o teu lado
sejam eternamente
o universo
brindado
no big-bang
do teu ser amado.




Obrigado, amor!





Luis Sommerville Junior, Antologia , 1964-2014


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