Fumo

Data 16/09/2014 15:11:28 | Tópico: Poemas

E dou por mim parado
Na ombreira do ser encostado
Pensando, nos limites do provável
Tão só, cansado, instável

Embarca solidão em mim
Sou barco que navega para o fim
Um improvável que carece de estado
Por nascer, por viver atormentado

Só me resta naufragar
Ir e morrer no mar
Condenado, castigado
Por nunca amar, por nunca tentar

Aplaudam-me as dores
Que me vou sem dizer adeus
Joguem-me flores
Que me vou
Que me vou sem dizer adeus

E dou por mim parado
Na ombreira do ser encostado
De cigarro aceso nos queixos
Pensando no fumo que deixo

Fumo, só deixo fumo



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=278642