; não te saberei tapar por completo das noites neste outono

Data 30/09/2014 06:44:34 | Tópico: Poemas

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; não te saberei tapar por completo das noites neste outono
muito menos afugentar o rorejar do orvalho matinal

que procura luz

apenas nascentes já abandonadas
apenas um arco-íris adormecido

não mudaram de lugar
vêm-se da janela entreaberta
ainda latejantes

a madrugada começa assim
em dias que se devoram.

perda de tempo
dizer que te amo se amo
seremos apenas.

expandem-se e desvanecem-se algumas loucuras
palavras mágicas marcadas
enquanto contemplas o mundo
que voa com o fumo do archote

e o ar sufocará
só pensamentos e passos

e este silêncio feito de cousas

enquanto dançam por perto as orquídeas
quiçá alguns fantasmas que sobraram.

I

soçobra o olhar inquieto
o espasmo que adere ao corpo
metamorfose única
completa

afinal os pássaros não regressaram
onde pousam os nossos corpos
a cada gesto.

II
recolho o sorriso regresso
sem sequer partir

[não me saberei de mim
neste outono].




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