28E Martim Moniz - Campo de Ourique

Data 28/01/2008 19:34:15 | Tópico: Textos -> Esperança

A luminosidade no pátio desta casa faz-me crer que o Sol já se pôs.

Queria ter ido a Belém acabar o dia, mas amedrontei-me do vento frio que se sentia por toda a cidade e acabei por tomar a segunda opção, meti-me de novo no eléctrico 28 (recomendado em qualquer livro para "camones") mesmo no inicio do percurso (Martim Moniz) e vim por ai, ate a Estrela. Quero toma-lo sempre que possa, tornou-se na minha mais recente paixão em Lisboa, entre tantas outras que já deixei para trás devido a mudança de residência - o prazer de ver os cacilheiros no miradouro do Adamastor, os meus fadinhos vadios na Tasca do Chico, as ginginhas nas Gáveas... Ah Bairro Alto deixaste tanta saudade e coisa boa:)

Agora penso no 28 e penso naquele jardim aqui mesmo ao pé, quero ver se o tempo começa a aquecer e se vou passear lá um livro.

Lisboa vai deixar-me saudade, quem diria. Quando me vou embora e ela fica aqui com aquelas cores lindas de fim do dia, olho para Belém, olho para o Panteão e identifico-lhe os sítios, fico nostálgica. Quero ainda andar muito, adoro os km de coisas que esta cidade tem. Vou ver se lhe descubro mais encantos, mais quilómetros para andar e para me encantar.

Hoje estou amarelo-Carris ou amarelo-Sol, quero que o tempo quente chegue para sair da faculdade e ir passear para Belém.. os comboios no Cais do Sodré que vão para lá são sempre tão apetecíveis...

(Lapa, Lisboa, 29 de Março de 2007)


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