AS MUITAS NOITES
Data 10/10/2014 09:34:54 | Tópico: Poemas
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De novo, eu às voltas com a noite – insônia! Já escrevi que a noite não dorme, também Já escrevi que dorme – ambos os casos, certos!
A noite pode dormir ou pode ficar acordada, Mas não é insônia, está em sua natureza mesma: Conforme exigem as circunstâncias, as tarefas! Dizem que a noite é apenas sombra... Absurdo!
A noite não é um Manto Negro, peça única e indivisível! Existem várias noites – cada local tem sua noite: Existe a noite aqui do meu quarto, ultimamente: noite de solidão, Com a qual me deleito com eventual visita em meu leito; Existe a noite lá da rua, e, em cada rua uma noite diferente; E a barulhenta noite de um clube noturno; a noite hospitalar,... As noites de chuva, de tempestade,...
Existem as noites preguiçosas, as noites agitadas, as nervosas,... A noite que me faz companhia hoje está muito silenciosa, Mas não está com sono nem preguiçosa – muito pensativa: Um silêncio de monge budista: de mente ativa, alerta – viva!
Em respeito a esta amiga que muito já me ouviu calada, Fico quieto, não falo nada! Mas este silêncio na madrugada Pesa uma tonelada! Silêncio, solidão! Minha alma apavorada!
Lembro-me daquela que tem me livrado do vazio, da solidão, Minha companheira, que se entrega a mim como uma gueixa Para ser usada, amada: a poesia! Essa dama da sabedoria, Das alegorias, tem sido minha companhia – nunca me deixa!
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