
Reis cegos
Data 18/10/2014 05:46:13 | Tópico: Poemas
| Eis que,nascido do fantasma da sabedoria De poucos,tão sábios e tolos Me proponho a lhe ceifar Vossa arma e escudo,vulgo,capacidade de raciocinar
Minhas asas admiraram, Meu olhar temeram, Minha voz ecoava por todo reino Cântigos sobre bravura em meu nome Entoados eram Cântigos sobre conquista,riqueza e sangue
Ali estava,com onipresença Meus olhos se faziam atráves de servos fiéis e bajuladores Peões,peões descartavéis... Que jaz a morte a sua porta clamando por sua inutilidade Nascidos para me servir até a morte Que não seja eu teu algoz Para que por ventura,não deixe este mundo com o mais tóxico ódio
Porém,minha altivez e orgulho trouxeram tremor E contra mim se levantaram inimigos, Fracos,um após outro permaneciam caindo De mesmo modo,em mim crescia minha limitação Meu orgulho...
O povo me temia,mas já não amava Meus leais,voltaram a si próprios sua lealdade Meus sábios,contra mim a sua sabedoria Até que a roleta da conveniência de mim se apartou E todo Estado contra mim se mobilizou
Com uma flechada,recebi aviso Meu orgulho ferido,sangrava e ali permaneceu até sua morte Jazia morto um rei,nascia um misterioso viajante De aparência esdrúxula,fruto da minha derrota Menos um olho,braço e humanidade,ferido como um cão
Pus a me vagar e escrever, Na certeza de que me tornei a caça da caça Agora caçadora Com a unica sorte de encontrar a mãe morte, Para que me diga como um reflexo de minha própria agonia Que nenhum homem está livre de ser mortal
|
|