RASCUNHO

Data 31/10/2014 17:35:47 | Tópico: Textos



As palavras traziam cores, sons
e madrugada.
Invadia desejos secretos
lugares poéticos,
paria a fantasia pelo avesso...

Era uma fome escura!

Continuava à espera de ser surpreendida pela luz
como se o desespero singrasse o âmago
em marés,
lava noturna...
consumindo o medo e a excitação
num vestido colado de emoção como uma luva...

Buscava dolorosamente a permanência,
sensível
ciente,
desperta,
tendo vivenciado uma pequena morte sobre a mesa...

A recusa estava retratada com os punhos fechados.

Havia uma disposição em não deixar escapar,
juntando forças
esperando para explodir...

Ainda permanecia o desejo de estar eternamente parte de si!

O ponto mais profundo e doloroso,
revelado.
Havia encontrado a emoção e
havia sido abandonada por ela...

O dia já espiava pela janela
como os olhos do gato:
cinza vulcânico,
persistente reflexo de repreensão...

E então,
descansou os pés descalços,
com uma nudez indescritivelmente poética...
E
só por ter loucura suficiente para continuar interessante,

sobre sua almofada favorita!


(12/10/214)


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