Modus Operandi (3)

Data 10/11/2014 21:01:05 | Tópico: Poemas

À mercê da noite os meus olhos de palha,
estrelas de vidro que nunca se deitam.
E a minha luz que se deixa mover
e os meus passos no chão de azeviche
e o verbo amor que se veste de mim.

Canto a canção de ignorar
se sou a vertigem ou a fotografia,
se minha poesia é de sangue ou de ópio;
se o que me queima é desejo ou pavor.

De nada me vale acordar a palavra
e deixá-la estendida no vão da memória
onde minha boca não pode chegar.

Como quem morde a própria carne
é que escrevo um poema.



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