Minha Máxima Culpa

Data 17/11/2014 13:57:46 | Tópico: Poemas


Em uma tarde ensolarada
com as mãos amarradas
foi jogada em uma estrada abandonada
deixada para morrer

Mea Culpa

Tentou se defender até que o cansaço
fracassou suas tentativas
de não sentir dor

Mea Culpa

a cada grito um gemido
a cada grito um osso se quebrava
a cada grito sua vida suprimia
e o ódio aumentava

Mea Culpa

Nem por toda eternidade
esqueceria os gritos silenciosos
suplicando a morte para leva-la

Mea Culpa

O constrangimento de ser quem era
consumia sua existência
nem a dor, nem o sangue,
ou os hematomas em seu corpo
afastavam a sensação
de humilhação, de asco, de repudio e
de culpa

Mea Culpa

Disseram-lhe que em uma humanidade desumana
coisas ruins aconteciam
Ainda sim não conseguia
deixar de sentir culpa
por não ter morrido
por ter se permitido
sobreviver

Mea Culpa, Mea Maxima Culpa




thess



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=282398