 
  
    	[deslumbram-me os luzeiros que espalhaste pelas tuas ilhas]
    	Data 18/11/2014 20:18:49 | Tópico: Poemas
 
  |  ...... . .. . ...................................... . . . . .................................... . . ..................................... .................................... ....................................... ..... .............................. ************************************
  deslumbram-me os luzeiros que espalhaste pelas tuas ilhas clarões enfileirados saltitando no mar longínquo
  espontâneos
  possivelmente órficos como alguns anjos sem asas sem nexo [para que servem perguntar-te-ei?]
  tudo se passa como me pediste
  e não tenho como salvar-me de ti
  à deriva
  enquanto um silêncio ocasional trespassa em desassossego a brancura dos lençóis que antes queimavam abrasavam envolvidos por um trópico desconhecido.
  Poderia reconhecer os continentes [ou os mares e marés]
  esses nossos caminhos pelos ventos a cada hora pelas enseadas noturnas a teu lado
  no entanto
  tenho dentro de mim as pressas em partir as palavras infernais invernais nestes mistos desabridos ilusórios diáspora velocidade chuva sol
  a vida continua oca
  .e sempre ao longe a tocar horizonte um barco a arder que se esconde teatral talvez se deixe afagar animal dócil.
  Fica-me a miragem algures
  revelada pela nudez da maresia intensa exterior lustral
  ainda tantos anos depois solta livre.
  O outro que sobrevive sai porta fora.
  (Ricardo Pocinho)
 
 
  Apenas um texto que tinha mesmo de partilhar
  Ser um grande Poeta
  “Ser um grande poeta morto e nacional é atrair as moscas como idiotas e os idiotas como moscas.
  Ser um poeta medíocre vivo e universal é atrair os catedráticos da literatura como idiotas e moscas.
  Ser um poeta apenas nem vivo nem morto ou nacional ou universal é atrair apenas os poetas como moscas idiotas.
  Moralidade: não há saída.”
  (“Visão Perpétua”, 1982, Jorge de Sena)
 
 
  |  
  |