paroxismo

Data 15/01/2015 13:22:46 | Tópico: Poemas



só saberei amar-te uma vez,
e esta cópula que trago na pele será o teu altar
onde te deitas,
onde pernoitas
como a chuva que me lambe o rosto
e a vela que ainda não ardeu.

saberei abraçar-te no momento certo
se a (in) certeza assim deixar
serei a pudica mais obscena
nesta lama de oceanos
onde os corpos se dividem em cores
e os rios se (re) partem
adocicando os seios que saboreias
no ventre dos (dis) sabores

só saberei amar-te uma vez,
se alguma vez me souberes amar

Conceição Bernardino


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