iNQUIETUDE

Data 20/01/2015 13:31:47 | Tópico: Poemas



dia lindo, sem nuvens, sol quente
brisa leve, cheiro da grama molhada
o canto dos pássaros
mas o coração palpita intransigente!

o anseio pela notícia aguardada
atropela o bonito da natureza
e nada mais é respeitado
ficando apenas o feitio da tristeza

eu sei que eu poderia correr
sem destino algum
sem parada ou caminho pra mudar
mas ainda sim, estaria inquieto e inseguro

nas folhas verdes que caem no jardim
sinto a pele queimar,
vejo o vento levar,
e tudo vira pó.

a expectativa assombra
fazendo o tempo correr
com olhar ao léu
despeço do véu

busco cantigas
para acalentar
para encontrar no além
algo pra brincar

mas sou subjugado
martirizado
excomungado
ridicularizado

a nuvem escura suplanta sobre a cabeça
e com raios e relâmpagos
destrói minha casinha de sapé

onde errei? vai saber!
cuidei e salvei
preguei e servi
protegi e guardei
sob 7 chaves
todo o segredo da vida
e ainda sim, rompeu-se o elo
entre o céu e a terra

foi por meio do novelo das ideias
que a mente ficou atrofiada
perdida, enlouquecida, vendida...
a mercê do destino!

o espírito se escondeu
atrofiados os membros
com armas ao chão
engou-se o campeão

e sob as vestes da vergonha
e humilhação
cravou no peito
a adaga
rasgando a pele
atravessando o coração
estraçalhando o individuo
sem perdão
com uma flor na mão
se despediu
gemeu e partiu

para onde foi, ninguém viu
diz o boato que que ele
morreu de solidão
tendo visto todo tormento
e caído ao chão
fecharam seus olhos
ficando ao relento
vadio, coitado
um entre tantos na multidão
que lutou e foi tudo em vão
para se fazer em putrefação
do espírito atingido pela inquietude
da paixão.











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