dia lindo, sem nuvens, sol quente brisa leve, cheiro da grama molhada o canto dos pássaros mas o coração palpita intransigente!
o anseio pela notícia aguardada atropela o bonito da natureza e nada mais é respeitado ficando apenas o feitio da tristeza
eu sei que eu poderia correr sem destino algum sem parada ou caminho pra mudar mas ainda sim, estaria inquieto e inseguro
nas folhas verdes que caem no jardim sinto a pele queimar, vejo o vento levar, e tudo vira pó.
a expectativa assombra fazendo o tempo correr com olhar ao léu despeço do véu
busco cantigas para acalentar para encontrar no além algo pra brincar
mas sou subjugado martirizado excomungado ridicularizado
a nuvem escura suplanta sobre a cabeça e com raios e relâmpagos destrói minha casinha de sapé
onde errei? vai saber! cuidei e salvei preguei e servi protegi e guardei sob 7 chaves todo o segredo da vida e ainda sim, rompeu-se o elo entre o céu e a terra
foi por meio do novelo das ideias que a mente ficou atrofiada perdida, enlouquecida, vendida... a mercê do destino!
o espírito se escondeu atrofiados os membros com armas ao chão engou-se o campeão
e sob as vestes da vergonha e humilhação cravou no peito a adaga rasgando a pele atravessando o coração estraçalhando o individuo sem perdão com uma flor na mão se despediu gemeu e partiu
para onde foi, ninguém viu diz o boato que que ele morreu de solidão tendo visto todo tormento e caído ao chão fecharam seus olhos ficando ao relento vadio, coitado um entre tantos na multidão que lutou e foi tudo em vão para se fazer em putrefação do espírito atingido pela inquietude da paixão.