À serpente

Data 20/01/2015 16:32:53 | Tópico: Poemas

À traição
- e tão somente –
é que deixo-me quedar doente
de sonhos terminais.
Se à luz de outras dores em postas me dividem
corro, canto,
soletro meu nome
para o desespero das estrelas frias.

Tudo haja
e estarei completa dentro do meu mundo vazio;
um olho meu ainda verde e perdido
enquanto o outro calejado e atento,
meus pés cimentados nas nuvens,
meus braços abertos aos caprichos do tempo.

Nem mesmo o sol me toca o semblante
sem que Deus assim tenha pensado
e o sorriso que me vem de dentro
é a mim que dedico, apaixonada,
porque já vai ao meio a noite
e este poema nunca mais se acaba. 



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