Emigrante

Data 22/01/2015 12:48:08 | Tópico: Poemas


Fulminado pelo revês da vida
Na terra da felicidade comida,
Parte rimado de tristeza
Pra galileia da incerteza.

E num pranto, batucam corações
Na hora de despedida:
Saudades de quem fica na ida;
Saudades de quem vai na parida.

Na galileia vazia de mansões,
O emigrante foi acantonado
No convento do canil.

De saudades, fez juiz jurado
E da galileia naufragada
N’olho do funil,
Fez brotar aranha-céus
Pra ganhar o regresso às origens.

Serviu aos homens na galileia
E foi promovido servo oficial
Na baixa matilha.
Morre de vírus racial,
E esfumou-se na cartilha
As saudades de quem ficou na vinda.

Adelino Gomes-Nhaca




Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=286402