Poemas : 

Emigrante

 
Open in new window

Fulminado pelo revês da vida
Na terra da felicidade comida,
Parte rimado de tristeza
Pra galileia da incerteza.

E num pranto, batucam corações
Na hora de despedida:
Saudades de quem fica na ida;
Saudades de quem vai na parida.

Na galileia vazia de mansões,
O emigrante foi acantonado
No convento do canil.

De saudades, fez juiz jurado
E da galileia naufragada
N’olho do funil,
Fez brotar aranha-céus
Pra ganhar o regresso às origens.

Serviu aos homens na galileia
E foi promovido servo oficial
Na baixa matilha.
Morre de vírus racial,
E esfumou-se na cartilha
As saudades de quem ficou na vinda.

Adelino Gomes-Nhaca



Adelino Gomes

 
Autor
Upanhaca
Autor
 
Texto
Data
Leituras
1991
Favoritos
2
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
28 pontos
6
3
2
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Peta
Publicado: 14/09/2015 09:51  Atualizado: 14/09/2015 09:51
Membro de honra
Usuário desde: 24/06/2015
Localidade: Lisboa
Mensagens: 710
 Re: Emigrante
Eis o mal da emigração, por mais que queira progredir na vida a descriminação racial não permite, as vezes se culmina na morte de quem emigra.
Bonito e esclarecedor poema, gostei.
abraços, Peta.


Enviado por Tópico
kripy
Publicado: 14/09/2015 11:05  Atualizado: 14/09/2015 11:05
Membro de honra
Usuário desde: 26/05/2010
Localidade:
Mensagens: 3061
 Re: Emigrante
olá meu amigo Upanhaca eu já fui emigrante e graças a Deus correu me muito bem a experiência,um grande abraço,Kripy.


Enviado por Tópico
CHAGASFERREIRA
Publicado: 14/09/2015 12:19  Atualizado: 14/09/2015 12:19
Super Participativo
Usuário desde: 10/07/2015
Localidade: FORTALEZA,CE,BRASIL
Mensagens: 123
 Re: Emigrante
PARABÉNS PELO EXCELENTE POEMA.

GRANDE ABRAÇO FRATERNAL,

CHAGAS FERREIRA.