Conduzindo Desalentos

Data 30/01/2015 01:02:17 | Tópico: Sonetos














CONDUZINDO DESALENTOS

Dizem, os corações ainda empedernidos,
Certo serei ao esquecimento destinado
Pelo prisioneiro extremo dos sentidos;
Pelo vulto insanamente emocionado

Que sou! De espírito e corpo estremecidos
Perto dos arcanos celestes alçado
Se acorrer ao cérebro assim, espargidos
O ressoar das rimas num coro poetado...

Ah! Vós, malsinadas línguas tão falantes,
Sorvereis o fel das ditas infamantes...
Leve parecerão os féretros nojentos,

Serventes à morte das palavras vossas,
Enterradas, jamais ressuscitem nossas,
Como zumbis conduzindo desalentos.


Álvaro Silva


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