
ópio da paixão
Data 16/02/2015 19:00:05 | Tópico: Poemas
| Delirante, o urro rebomba no ouvido possuído pelo vício recortado de emoções presas na pele tatuada da manhã. Entre sorrisos mudos, contornas a inocência divida entre o enchumaço da ternura e o ovalado do peito. Uma viagem por dentro das pálpebras cerradas e dos dedos entrelaçados. Calado, rabiscas o sol com a ponta do dedo na boca desfolhada. Num rastejo inquieto, o teu torso traduz o instinto de bicho nas esquinas bordadas de avidez. Adoçado pela humidicidade dos meus poros, amacias a respiração no ventre, vagabundeando clarões de beira-boca, de frutos silvestres e cheiro de amor, desfeitos entre fugas de Bach, em destino à madureza da pele tocada pelo timbre da voz. Num convite ofegante, acendes a noite perscrutada por olhares tombados no dedilhar da intimidade e sorves à flor da pele o ósculo entre as mãos viciadas pelo ópio da paixão.
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