Xarope de Amora

Data 10/03/2015 01:56:26 | Tópico: Poemas

Hoje, faz-me um poema.
Escreve em nome do que fomos,
à sombra delicada do que jamais seremos.
Diz de mim ao silêncio pérfuro do papel,
que ando por março a soluçar-te,
que meu corpo hesita em conter-me,
minh’alma em suceder-me
e que prematuros espinhos
fustigam-me o peito,
exausto de agoras.
Hoje, faz-me um poema.
Bebe nele o sal do meu rosto,
o elixir da minha carne.
Condena-me, amado, à estação amarga
das palavras tuas.



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