••• (III)

Data 09/04/2015 02:39:45 | Tópico: Poemas

Poemas sem título e nas tuas mãos respiram oceanos e mares singrando velas soltas pelo entardecer que se insinua noite
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... deambulam alguns burburinhos sem ímpeto
[poisos inventados agora pela métrica de um verso livre] olvidado

nesse tempo estranho da repetição em volutas das ondas
sete vezes que a maré alta cresce pela enchente. Sento-me

esperando os teus gestos brandos
porque a beleza das coisas sempre foi tua
mesmo a que habita os cantos que se querem em azul ou noutra cor qualquer

talvez um último beijo
por um último abraço enquanto se repetem os nomes e os enormes arcos
do céu em flor. Jamais saberei desta nostalgia que me mantem
vivo [sim]
colhendo algumas algas e ouvindo o mar que se refugia dentro dos búzios
espalhados a deambular pelo areal.

Retenho o instante deslumbrado
levanto os braços ainda mais alto
ainda mais longe tocando o vento que atravessa esta primavera
querendo agarrar algum cometa tardio perdido na imensidão. Nuas

se banham entre espelhos e estas distâncias
[que tão bem conheces] as ditas musas dos poetas

embora sobreviva a praia lisa e virgem
recôndita e tímida
abalos que resistem e um arco-íris pleno tão por perto
que quase

o consigo tocar.

Profundidades.


(Ricardo Pocinho)




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