Quiçá
Data 07/05/2015 03:57:01 | Tópico: Poemas
| Querida Solidão,
Segue aqui parte de meu lamento inoportuno Na verdade fragmentos do dever diurno E da madrugada contemplada pela sua vinda Mas, sem pesar por ser tão preterida
Desde que em meu verso se compôs Foi dedicada e assim nunca se opôs E ainda me reclamava as noites sem favor Das que o sono perpetuava em meu torpor
Quiçá, saber que tinha em seus planos me entregar Pra sua amiga ausência que está sempre a julgar Pois se me abandonas, já não tenho mais por onde ser Que de uma solidão ingrata, me custo a escrever
Só que nesta ausência enxergo muita dor Sempre de um canto do quarto que jaz sem flor Pois a noite agora sem ti, me és pura traição De uma velha amiga, que sempre diz não
Sabe meus traços e conheces minhas quedas Veio contemplar e anuncia serestas Deixou-me aqui e junto de mim não quer mais voltar E como faço para as tuas cicatrizes arrancar?
E tenho me perguntado, porque esses dias sem ti são tão puros e inalterados... São dias inacabados, e as noites sempre selam o que resta de ausência dentro de mim São dias sim, dias de noite e um monte de dias afim. Parecidos com as suas curvas e com o frenesi que da sua boca emanava, mas que nunca chegam a ti É difícil reconhecer quando o sofrimento causado pela solidão ultrapassa o esconderijo da ausência e se esconde no único lugar que deveria estar cheio... Quando essa dor invade a razão, não se tem mais por que do sim e nem do não! Quiçá de Solidão!
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